Esta formação de 3 dias arrancou no dia 7 de setembro, com o intuito de aprimorar as técnicas de fiscalização dos guardas florestais de São Tomé, tendo decorrido no Centro de Aperfeiçoamento Técnico Agropecuário (CATAP).
Uma ação realizada no âmbito do Projeto “Restauração das paisagens para a funcionalidade dos ecossistemas e mitigação das mudanças climáticas na República de São Tomé e Príncipe”, que contou com a participação dos guardas florestais da Direção das Florestas e Biodiversidade (DFB), Parque Natural Obô de São Tomé (PNOST), Parque Natural do Príncipe (PNP), Polícia Nacional, Departamento Regional das Florestas e de Biodiversidade, e dos Militares.
O coordenador do Projeto TRI, Faustino Oliveira, o Diretor da DFB, João d’Alva, e o Diretor do CATAP, Pedro Semedo também estiveram presentes.
No segundo dia da formação, foi possível acompanhar as técnicas de abordagem de fiscalização dos guardas florestais no terreno.
“Uma fiscalização é composta por seis elementos. Um máximo de três guardas florestais e dois/três elementos das Forças Armadas ou da Polícia Nacional.”

Além de “refrescar as suas memórias” com as técnicas e regras de fiscalização apresentadas, os guardas florestais puderam também expor os desafios que têm enfrentado no terreno.
“Além da falta de recursos e equipamentos para o cumprimento pleno da missão, os guardas florestais em São Tomé também carecem de segurança da integridade física.”

Os casos de violência contra os guardas florestais por parte dos caçadores furtivos e serralheiros ilegais tem vindo a aumentar a cada operação de fiscalização realizada por mesmos.
Ao executar uma abordagem de Fiscalização no terreno, os Guardas Florestais são acompanhados pelos Militares ou por elementos da Polícia Nacional. Porém, quando não estão no terreno, sentem-se ameaçados, sendo, muitas vezes, agredidos pelos infratores.
Uma situação que aconteceu em Ribeira Afonso, onde os guardas florestais foram atingidos por pedras, e nenhuma ação de proteção foi levada a cabo até então.
“É necessário que as pessoas colaborem com os guardas florestais e que o Estado Santomense dê mais atenção à nossa segurança para que possamos continuar a cuidar das nossas florestas.”

O nosso país é essencialmente florestal e tendo em conta que a maior percentagem de construção em São Tomé é feita com base na madeira, as pessoas têm estado a fustigar as florestas de forma irregular em busca deste material tão precioso para efetuar estas atividades.
É de ressaltar que as condições económicas do país e a falta de emprego, também contribuem para que essas pessoas procurem na floresta uma forma de subsistência através das atividades de abate ilegal e indiscriminado de árvores, do qual não abrem mão por ser, na maior parte dos casos, a sua única fonte de renda.

O serralheiro Joy da Trindade, que também se encontrava no terreno para a demonstração da abordagem de fiscalização deixou um apelo aos seus colegas.
“Sejamos mais compreensivos quando formos abordados pelos agentes da Guarda Florestal. Tenham sempre em mão a documentação da madeira que pretendem abater e caso haja possibilidade, não esqueçam de plantar uma ou mais árvores em cada abate.”
Proteger as florestas de São Tomé e Príncipe não compete apenas aos guardas florestais, mas sim a todos nós. É um trabalho coletivo. Non Sa Obô!
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