Ludger Carvalho, santomense, reside desde 2007 em Portugal. Começou a escrever poesia em 2010. No entanto, a sua paixão pela escrita começou quando ainda andava no Liceu. Embora sempre gostou de números, foi na Biblioteca Nacional e na Mediateca os lugares onde o escritor passava tempo a ler livros de diversos temas, despertando assim o gosto pela escrita.
“Lia um pouco de tudo. Um dos primeiros livros que mais gostei de ler foi de Sherlock Holmes, o detetive fictício criado por Sir Arthur Conan Doyle. Desde ali, tenho o Sherlock Holmes como o meu personagem preferido”, disse Ludger Carvalho.
Com o intuito de dar o seu contributo “para que possamos ser mais uns para os outros”, Ludger juntou o útil ao agradável, e foi na poesia onde enxergou “a forma mais linda e suave de valorizarmos o que é intemporal e não colocarmos o material em primeiro lugar”.
“Foi na ETAP onde escrevi os meus primeiros poemas e foi a partir do meu segundo livro que me considerei um poeta/escritor”.
Ludger lançou em 2015 a sua primeira obra poética denominada “Minha Palavra” e a segunda em 2019, “A Poesia Na Vida”.
“Canção de Outono”
A sua terceira obra literária, é a recém-lançada “Canção de Outono”. O livro surgiu da ideia de fazer algo mais intenso, algo que denotasse a mudança do escritor e a sua escrita.
Para a composição dessa obra, o autor buscou um pouco da sua infância, da natureza, da ambição humana, olhou a sociedade de uma forma mais crítica e imparcial e procurou falar de assuntos mais sensíveis como a violência doméstica e preconceitos.
“O livro tem muita mensagem e o objetivo é espalhar mais amor e paixão para todos que adquiram Canção de Outono e sintam essa mudança também nelas”.
De acordo com o autor, o lançamento desse livro correu “lindamente com participações diversas e de individualidades santomenses que deram mais brilho ao evento”.
“Canção de Outono é um livro magnífico. O dia 3 de dezembro será um dos melhores dias da minha vida. Deixo uma palavra de agradecimento para todos que presenciaram o nascimento desta grande obra poética”, exprimiu o escritor.
O lançamento dos seus 3 livros aconteceram em Portugal, no entanto, o escritor tem o desejo de apresentar os seus livros em São Tomé e Príncipe.
“Em termos de custos financeiros é mais fácil lançar o livro aqui do que em qualquer parte do mundo, pelo fato de viver cá. Desde o meu primeiro livro que quis fazer o lançamento no meu país natal e já havia feito alguns contactos para o efeito, mas ainda não foi possível concretizar este sonho. Sou um escritor recente no mercado e ainda não possuo meios que me facilitem este regozijo. E quem sabe, após a vinda do meu terceiro livro, consiga abrir portas que possibilitem levar a minha poesia, em pessoa, para o meu país”.
Ludger Carvalho escreve de maneira intuitiva, porém, busca o aprimoramento fazendo leitura de diversos tipos e categorias de livros e excertos. A ambição futura é fazer uma formação na área da literatura.
Sobre como surgem as inspirações para a composição das suas obras poéticas, Ludger Carvalho disse:
“A maior inspiração que tenho para a minha escrita é a vida e de seguida está a família. Pelo fato de estar vivo, já é uma bênção e esta é uma dádiva que temos para fazer o bem. Pelo fato de ela ser temporária e sem um aviso prévio da chegada do seu fim, mostra-nos o quanto deveria ser lindo usufruirmos desse tempo limitado que temos para sermos mais humanos. Tenho uma grande admiração por alguns escritores nacionais e internacionais e acompanho os seus percursos, sejam poetas, romancistas ou de ficção”.
Embora a sua base de escrita seja em versos, Ludger Carvalho também se aventura em outras categorias. Segundo ele, já escreveu uma história infantojuvenil para sua filha, tem um livro de ficção por acabar, e mais recentemente está a aventurar-se no romance. “Um escritor tem de fazer a sua mensagem chegar mais longe. E ter essa versatilidade de escrita é um caminho para que mais pessoas recebam a minha mensagem”, concluiu.
Conciliar a escrita com a vida secular e laboral, é difícil. Mas para Ludger Carvalho é um esforço que vale a pena.
“É impossível viver apenas da escrita. O custo para editar um livro é elevado e é preciso um outro trabalho para custear este bom vício. A poesia é uma paixão, é o meu oxigénio, é a minha vida. Mesmo que seja difícil, arranjo sempre um tempo para viajar neste mundo onde sinto-me livre”.
Ludger Carvalho enfrenta com positividade os desafios que surgem como barreira a sua carreira. Para ele, só com a persistência se pode ter sucesso.
“Nunca seguir o caminho da desistência, só porque “ele é melhor que eu e não conseguiu, eu também não vou conseguir”. Se está difícil, sai e respira um novo ar e volta, mas nunca desista. A presença da família é extremamente importante para dar-me forças nos momentos em que me sinto inseguro, assim como ela e os amigos têm um papel de desbloqueio para aqueles momentos que não consigo escrever uma estrofe. Não deixo para amanhã o que posso fazer hoje”.
Ainda segundo o escritor, quando se ganha a notoriedade, surge o desafio de manter ou superar as expectativas dos leitores, e para isso, é preciso ser criativo.
“Eu tento tirar o proveito de tudo que está a minha volta, das conversas, das curtas e longas viagens, das amizades… o mais importante é manter a tua humildade e ser o teu primeiro crítico, reconhecer os teus pontos fortes e fracos e tentar maximizar-te no melhor que és”.
O objetivo é não parar de escrever, e sempre servir aos leitores o melhor. Atualmente, Ludger está a trabalhar em um romance e tem algumas ideias para o futuro, no que toca a dar sua contribuição cultural para São Tomé e Príncipe.
Ludger Santos Nobre de Carvalho, é natural de São Tomé, reside em Almada, Portugal. Tem frequência universitária na área de Gestão de Empresas (em conclusão). Tem formação em Técnico de Comércio, pela ETAP – Escola Tecnológica, Artística e Profissional de Pombal, Técnico Administrativo e de Recursos Humanos, pela DO IT BETTER. Nos seus tempos livres, gosto de ler, assistir um bom filme/série em família, praticar desporto ao ar livre, explorar novos conceitos da escrita e observar a natureza.
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