Sociedade

Projetos sociais que estão a transformar vidas em São Tomé e Príncipe

Conheça 4 projetos sociais que, de forma resiliente, têm feito a diferença nas vidas dos são-tomenses. Iniciativas que, mesmo em tempos de pandemia, continuam a levar amor e esperança, a incentivar novos hábitos, despertar essências e a empoderar a sociedade são-tomense.

RE.LER, um projeto social que dá o melhor fim – ou começo – aos livros que estão parados em estantes. Com objetivo de fomentar hábitos de leitura em locais com poucos recursos literários e ajudar o planeta desenvolvendo hábitos sustentáveis através da reutilização de livros esquecidos, quatro mulheres visionárias juntaram-se para dar forma a este projeto.

 

Uma iniciativa de recolha de livros (novos e usados) para doação.

Até ao momento o RE.LER já recebeu 2,5 toneladas de livros de Portugal Continental (aproximadamente 8500 livros), dos quais 1,5 toneladas foram doados a Biblioteca Nacional e 0,5 tonelada ao governo da Região Autónoma do Príncipe. Contam também com ofertas de livros de Espanha e do Brasil cuja recolha será feita de forma pontual.

“Os livros doados incluem muitos manuais escolares e dicionários que podem ajudar a melhorar o processo de ensino e aprendizagem e reduzir a taxa de abandono escolar” afirma as organizadoras. 

Além das doações realizadas em São Tomé, a RE.LER pretende, até o final do ano, realizar novas doações para Cabo Verde e Guiné-Bissau, alargando a iniciativa a outros países.  O futuro da RE.LER conta, não apenas com distribuição de livros, mas também, com a sua divulgação através de workshops e outras ações.

Torne-se amigo da leitura e conheça mais detalhes do projeto no site: redotler.wordpress.com. Para doações contacte a RE.LER através do  e-mail: iniciativareler@gmail.com  A RE.LER aceita todos os tipos de livros e de todos os idiomas, sendo os em Português e Inglês preferenciais, assim como os de índole técnica e infanto-juvenil.

CANTINHO DE AMOR: Um projeto social que atende o apelo das famílias mais carenciadas e dá esperança aos mais pequenos.

 

Uma iniciativa de Julse Silva, escritor são-tomense, residente no Reino Unido, que surgiu da sua vontade de ajudar os mais necessitados em São Tomé, especialmente durante a crise da pandemia da Covid-19.

“Como filhos da Terra devemos olhar para a nossa população” afirma o mentor da iniciativa.

Através do Cantinho de Amor, Julse Silva e um grupo de jovens voluntários que partilham a mesma paixão e missão de ajudar o próximo, realizam ações de distribuição de bens e materiais às famílias que mais precisam. Também oferecem refeições quentes aos mais necessitados no Bar da Elsa em Lucumi, e realizam atividades dinâmicas educacionais com as crianças de Budo-Budo.

Sob o lema #caridadeeamor, o projeto consiste na angariação de bens e produtos de acordo às necessidades de cada família são-tomense desfavorecida. Doações monetárias também são aceites para garantir a aquisição de bens e produtos e a continuidade do projeto.

Para o futuro, o Cantinho de Amor pretende ter um espaço próprio para desenvolver diversas atividades diárias, acompanhar o desenvolvimento das crianças e famílias que tem ajudado e continuar a levar sorrisos ao rosto daqueles que os perderam.

As doações podem ser feitas através da página oficial do Cantinho de Amor no Instagram ou através da Gofund.me Page: gofund.me/740255f8.

MINA MUALA NÓN, é um projeto social que promove a saúde e educação menstrual através de produção de pensos reutilizáveis.

Surgiu inicialmente do encontro entre duas mulheres: Miura Lima, são-tomense residente na Escócia (na altura, embaixadora do The Pad Project) e a Sónia Pessoa, portuguesa residente em São Tomé (fundadora e presidente da ONG Associação Missão Dimix). Atualmente, também fazem parte da equipa do Mina Muala Nón: Vânia Beliz (sexóloga e psicóloga, representante do Projeto Adolescer), Ana Paula Racaj (médica e representante da Saúde Sem Tabú), Dalila Neves (presidente da Associação Mama Catxina), e Sofia Ramos (representante do projeto Sebê Nón).

Promotoras da iniciativa
Promotroeas da iniciativa

Estas seis mulheres juntaram as suas habilidades em prol deste projeto social com o objetivo de erradicar a pobreza menstrual em São Tomé e Príncipe.

O projeto tem promovido a saúde feminina através da educação menstrual e sexual. Mina Muala Nón tem capacitado raparigas e mulheres nas diversas comunidades são-tomenses para costurarem os seus próprios pensos reutilizáveis. O que as proporciona uma oportunidade de emprego e habilidades para replicarem um negócio social amigo do ambiente.

A produção dos pensos é feita em duas unidades diferentes:

Em Portugal através do Projeto Adolescer, onde conta com um grupo de voluntárias portuguesas que se oferecem para fabricar os pensos, que depois são distribuídos gratuitamente nas sessões de educação menstrual realizadas nas escolas e comunidades são-tomenses;

Em São Tomé, no atelier de costura situado na Cacau, coordenado pela Missão Dimix, onde Dulce e Adjamila, duas jovens com deficiência auditiva costuram os pensos reutilizáveis para venda de modo a sustentar o projeto.

Os pensos da Mina Muala Nón são feitos de tecidos africanos (um padrão que se aproxima da nossa realidade), toalhas, pano flanela e tecidos impermeáveis.

Para aquisição dos pensos, poderá contactar a Sónia Pessoa da Missão Dimix através do email: associacao@missaodimix.org

Mina Muala Nón ainda carece de financiamentos para adquirir mais máquinas de costura em São Tomé e Príncipe, de mais costureiras, bem como de matérias-primas para a produção dos pensos. Caso queira contribuir entre em contacto através das redes sociais do Mina Muala Nón no Facebook  e Instagram.

AULAS SOLIDÁRIAS DA OLINDA SILVA, um projeto social que ajuda crianças em situação de vulnerabilidade social e escolar.

Olinda Silva sempre teve vontade de ter um projeto que tocasse, mudasse e incentivasse as pessoas. Conhecendo a fragilidade da nossa educação e o agravamento que a pandemia da Covid-19 trouxe aos mais necessitados, Olinda  Silva deu vida às Aulas Solidárias. A jovem voluntaria-se para ajudar os mais pequenos que carecem de apoio educacional para que os mesmos possam acompanhar futuramente todas as fases do ensino sem dificuldades básicas.

“É necessário intervir e planificar ações que promovam a sustentabilidade e a continuidade de todos para que o país tenha quadros suficientes para o desenvolvimento que tanto questionamos e procuramos.” relata Olinda Silva com conversa com a nossa equipa.

O projeto destina-se às crianças da comunidade de Angolares, onde Olinda Silva nasceu e cresceu até aos seus 14 anos, e as aulas são lecionadas aos fins de semana na pousada “Roça São João”, da qual é administradora.

Com este projeto, Olinda pretende inspirar outros jovens de diferentes comunidades em São Tomé e Príncipe a desenvolverem ações socioeducativas através do voluntariado.

A fundadora das Aulas Solidárias pretende arrecadar apoios para a reabilitação do jardim de infância de Angolares. Para tal, necessita de padrinhos para cada uma das crianças durante o ano letivo. O projeto também tem angariado materiais escolares, capas de chuva, roupas e lanches.

Olinda Silva quer ainda criar atividades para que as crianças possam sair da comunidade durante as férias.

Caso deseje fazer a sua contribuição a esta grande iniciativa, entre em contacto com Olinda Silva através das suas redes sociais: Facebook  e Instagram.

Sobre o Autor

Akaisa Borges

Akaisa Borges, é uma jovem versátil de espirito aventureiro, licenciada em Gestão de Empresas pela University of International Business and Economics (UIBE), Beijing, China. Actualmente é assistente de comunicação de marketing na empresa Tela Digital Media Group, apaixonada por arte, cultura e marketing. Ela acredita na lei da atração e está em constante busca por novos desafios.

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