Cultura S. Tomé e Príncipe

Atelier M celebra 4 anos: Entrevista com Kwame Sousa

 Kwame Sousa, renomado artista plástico, tem desbravado novos horizontes na cena artística africana, em especial em São Tomé e Príncipe, através do seu projeto inovador, o Atelier M. Nesta entrevista, exploramos a trajetória de Kwame Sousa, desde as suas inspirações artísticas até os quatro anos de existência do Atelier M e o seu impacto no país.

 Empoderamento e Descolonização na Arte

Kwame Sousa destaca a forte influência de artistas africanos, provenientes de países como Togo, Senegal, África do Sul e Camarões no seu trabalho. Ele reconhece que, por muito tempo, a arte europeia e clássica dominou o cenário, mas a sua missão é abordar temas genuinamente africanos e promover uma nova forma de comunicação que reflita a realidade do continente.

O artista dedica-se ao empoderamento do homem negro nas suas obras, buscando desafiar a narrativa da colonização e promover uma visão mais positiva da descolonização. Kwame Sousa acredita na afirmação da África como continente e destaca a importância de olhar para o futuro.

 

Desafios de Ser Artista em São Tomé e Príncipe

O caminho para se tornar um artista no nosso país é extremamente difícil, conforme explica Kwame Sousa. A limitação de recursos, informação e mercado é uma realidade constante. Para contornar essas dificuldades, ele fundou o Atelier M, buscando criar oportunidades, conectar artistas e proporcionar um ambiente propício ao desenvolvimento artístico.

“Jovens que emigram como artistas é como um tiro no pé e tem sido um problema em vários sentidos, não só nas artes. Não há mais jovens no país; vejo muitos jovens artistas com muito talento que tiveram de sair de São Tomé. Não os culpo, pois estão procurando formas de sobreviver, mas perdem muito quando emigram e precisam trabalhar em outras áreas assim que chegam a outros países.” – disse Kwame Sousa

As Conquistas do Atelier M

Kwame Sousa relata que a criação do Atelier M foi motivada pela necessidade de criar oportunidades para artistas, especialmente os mais jovens. Ele destaca a importância de oferecer materiais de qualidade para garantir trabalhos de alto nível e valorização no mercado.

Em 4 anos do Atelier M, o artista destaca a sua iniciativa de retribuir ao seu país, voltando para a África de forma definitiva. Ele relata ter criado conexões e oportunidades para jovens artistas, contribuindo também ao financiar de forma totalmente individual cada artista de forma a que possam se focar somente no seu trabalho artístico, contribuindo assim para uma nova geração de talentos em São Tomé.

Artista | Kwame Sousa

O artista reconhece os desafios de crescer como jovem em São Tomé, mas enfatiza a importância da ambição. Ele compartilha planos futuros, incluindo colaborações com a Faculdade de Ciências de Lisboa e aprimoramentos no Atelier M, visando profissionalizar ainda mais a escola e proporcionar espaços de trabalho individuais para os alunos mesmo após a formação

Sobre o Autor

Liliana Costa

Liliana Costa, 22 anos, é estudante universitária de Gestão de Empresas Internacionais na Universidade de Conventy no Reino Unido. Atualmente é estagiária na empresa Tela Digital Media Group. Apaixonada pelo mundo dos negócios, seu interesse é também nas áreas do cinema, moda e música, com foco em alimentar a sua criatividade e visão do mundo.

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