O Tchiloli é uma tradição secular em São Tomé e Príncipe, aborda sobre traição e amor, com dança e tambores, conjugados com uma euforia de um povo que não consegue ficar indiferente a essa manifestação cultural. Nos bastidores das emoções do povo e agentes culturais existe um temor do seu desaparecimento, dado aos sinais vigentes.
Em tempos longínquos uma personalidade, um grande e contínuo embaixador das ilhas, que levou o sabor das ilhas, a paisagem das roças com a sua criatividade e tacho, sonhou que esta manifestação cultural poderia ser um património mundial da UNESCO.
Há rumores que a intenção e os passos para isso estão em marcha, a esperança também.
Mas que papel desempenham então as mulheres nesta tradição? A resposta vem plasmada no segundo episódio dedicado ao Tchiloli, numa série documental realizada por Inês Gonçalves e apoiado pela Fundação Gulbenkian.
Em suma:
“Algumas ficarão em casa, a cuidar dos filhos durante o espetáculo. Outras participam fora do palco, ajudando os homens a vestir-se ou trazendo-lhes água. Outras, ainda, tocam instrumentos como o chocalho ou o sino.”
No episódio também é destacado e reconhecido os direitos iguais que as mulheres têm em comparação ao tempo medieval da qual origina a tradição.
“ Cabe exclusivamente aos homens representar o papel de todas as personagens destas histórias: até mesmo os das mulheres.”
Assista na integra o 2º episodio e o 1º episodio , ambos da autoria da fotógrafa e realizadora Inês Gonçalves, é um retrato fiel da tradição e dos seus protagonistas
A iniciativa está enquadrada segundo o site da Gulbenkian no projeto “(Re)Criar o Bairro”, da ONGD Leigos para o Desenvolvimento, que tem como objetivo a valorização de produtos associados ao património cultural do Bairro da Boa Morte, em São Tomé, através das artes performativas, visuais e da tecnologia.