Em 2021, o Ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural de São Tomé e Príncipe, Francisco Martins dos Ramos, efetuou uma visita institucional à Madeira, onde ficou registada a vontade de cooperação mutuamente vantajosa. Assim nasceu a cooperação entre São Tomé e Príncipe e a Região Autónoma da Madeira que entre outros assuntos rubricados no protocolo, enquadra-se a formação de quadros santomenses e prestação de colaboração técnica.
Foi no quadro de formação, que Aida Almeida, diretora de pescas da República Democrática de São Tomé e Príncipe, finalizou duas semanas de permanência na Madeira, onde recebeu formação técnica e científica no Centro de Maricultura da Calheta.
“Eu própria vim cá fazer formação durante duas semanas, aprendi bastante no Centro da Calheta e nós acreditamos que o nosso centro será um afilhado do centro da Calheta”
Mas de que centro estaria se referindo Aida Almeida, diretora de pescas da República Democrática de São Tomé e Príncipe? Informações avançadas pelos jornais madeirenses, dão conta que está em forja o projeto de construção do primeiro centro de maricultura de São Tomé e Príncipe, informação confirmada pela Aida Almeida que teve encontros institucionais durante a sua estadia para o efeito.
“Para além do centro de maricultura, outra vertente que já acertamos é que a Região da Madeira vai ajudar-nos na elaboração do plano estratégico nacional para a aquacultura sustentável de São Tomé e Príncipe.” frisou Aida Almeida.
O plano estratégico de aquacultura de São Tomé e Príncipe e a construção do primeiro centro de maricultura daquele país estão a ser desenvolvidos com a colaboração técnica e científica do Governo Regional, através da secretaria regional de Mar e Pescas.
África regista o maior crescimento da aquacultura nas últimas décadas segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, o crescimento anual no continente africano ultrapassa os 5%, com países em destaque como Angola, Nigéria, Senegal e Tanzânia.
Acredita-se ser uma das respostas encontradas para a questão de insegurança alimentar ou questões como é o caso de pescadores santomense terem de percorrer destinos mais longínquos para poder trazer peixes ao mercado nacional, colocando-se muitas das vezes em perigo. Poderá também oferecer peixe a menor custo, criar emprego nas comunidades mais pobres, atender as necessidades do mercado consumidor urbano segundo pesquisas.
Aida Almeida finaliza detalhando o plano :
Devido às condições económicas do país, onde a agricultura é a base fundamental, o desenvolvimento da aquacultura irá desenrolar-se em dois planos: A maricultura e a piscicultura, esta última a ser instalada nas zonas rurais para satisfazer as necessidades das pessoas que têm maior dificuldade de acesso a peixe do mar. Este plano será estruturado de maneira a poder servir as cantinas das escolas, dado que São Tomé é dos países do mundo com um dos maiores consumos de peixe per capita.