Na rubrica “Ponto de Encontro”, o convidado de nome Lupricinio Ramos Correia já emocionado relatava a sua história de vida “ Eu nunca conheci minha mãe, desde a minha infância disseram-me que a minha mãe morreu num acidente ”.
Logo aos primeiros anos de vida , foi separado da mãe (santomense), após um alegado acidente de aviação, foi entregue aos cuidados das freiras, cujo os encargos do seu cuidado para a educação eram enviado pelo pai (Português), no entanto com a erupção da guerra colonial, também perdeu o contacto com o pai, “fiquei órfão de pai e mãe” relembra com lágrimas nos olhos.
Quando adolescente foi enviado para Portugal, o pai biológico eventualmente já tinha dado como morto o filho, filho esse que posteriormente veio descobri-lo, após já o seu falecimento em Sines.
O Facebook já ajudou muitas famílias a encontrar pessoas desaparecidas, sendo uma ferramenta de alcance global, o que permitiu assim que Lupricínio Correia receber mais um milagre da vida, 41 anos depois, uma porta de esperança foi aberta em seu coração pela possibilidade de reencontrar a sua mãe, que para todos os efeitos já não se fazia presente no mundo dos vivos.
Mas após saber que a mãe está viva, das primeiras palavras trocadas, das lágrimas que não foram certamente as primeiras, os suspiros que só quem ama reconhece, um oceano ainda separava o filho e a mãe que já não se viam a quatro dezenas de anos.
Enquanto o Lupricínio terminava de partilhar a sua emocionante historia de vida, já não era um oceano que o separava de dar pela primeira vez aquele abraço com sabor à vida a sua mãe, era uma porta, e esta porta abriu-se diante dos seus olhos, e caminhando ao seu encontro, vinha a Maria de Castro, vestida rigorosamente com traje tradicional de São Tomé, saia e quimone, e com pano de manta na cintura, além de trazer o amor inexplicável que somente quem foi e se sente mãe pode compreender, trazia no olhar a incredulidade do momento épico que estava a viver.
O abraço, as lágrimas que já não eram de tristezas, o sorriso que trazia um misto de emoções contagiaram o estúdio da TVI, ninguém ficou indiferente ao momento histórico, Lupricínio muito menos, entregou-se sem pudores aos afagos da mãe, entre abraços e beijos que valeram o sabor de uma eternidade, a mãe confessa “Já foram muitos anos, eu já não esperava reencontrar vocês”, e conclui “Agora posso morrer, irei feliz!”.
Observação do Autor: Jamais saberemos no seu todo a dimensão deste acontecimento, é preciso viver e sentir, a grandeza deste momento não está ao alcance da mais refinada filosofia, que aprendamos com esta lição de vida a humildade para amar sem temores e pudores, particularmente as nossas mães , reconheçamos o seu valor enquanto for possível ela sentir a retribuição de um amor!