No dia 19 de novembro, às 15h30, a sala Mário Viegas, localizada no Teatro Municipal São Luiz em Lisboa, irá apresentar a estreia da vídeo-performance “Kabeça”, criada e protagonizada pelas atrizes Aoaní Salvaterra e Joyce Sousa. Este projeto é o resultado de uma residência artística realizada no âmbito do programa Kilombo, com a curadoria da Aurora Negra para o Alkantara Festival 2023, integrando assim a programação deste festival.
As duas artistas, uma proveniente de São Tomé e Príncipe e a outra do Brasil, Aoaní e Joyce, dedicam-se à pesquisa do imaginário que se desenvolve em torno dos corpos negros, com um enfoque particular nas mulheres negras, tanto africanas como pertencentes à diáspora, no contexto europeu. Elas compreendem a negritude em toda a sua pluralidade e, através de uma abordagem decolonial e utilizando a linguagem cénica, buscam questionar e subverter os imaginários que foram historicamente construídos e continuam a ser reinventados na contemporaneidade.
“Procuramos perturbar o esquecimento como aqueles que não baixaram a cabeça. Reverenciamos quem aqui resistiu e resiste, no desejo de uma libertação súbita de energia que provoque movimentos nessa superfície. A vídeo-performance consiste na ação de “bater a cabeça” em dez lugares de resistência negra na cidade de Lisboa, como forma de evocar a memória apagada pela cidade, suprimida pelo sistema, sufocada pelo colonialismo.” – Aoaní Salvaterra, e Joyce Souza.
Aoaní Salvaterra, natural de Lobata, São Tomé e Príncipe, é licenciada em Comunicação Social (FANOR) e mestre em Artes Performativas (Escola Superior de Teatro e Cinema). Em 2012, lançou em Luanda, pela editora Chá de Caxinde, a coletânea de crónicas intitulada “Miopia Crónica” e tem uma carreira abrangente como atriz e performer em teatro, cinema e audiovisuais.
Joyce Souza, natural do Guarujá – SP, Brasil, é mestre em artes performativas (Escola Superior de Teatro e Cinema), licenciada em educação artística (FPA) e teatro (EAD-Universidade de São Paulo). Ela atua como artista e pesquisadora transdisciplinar entre o Brasil e Portugal, desempenhando papéis como atriz, performer, dramaturga e docente.
Os bilhetes para o evento estarão disponíveis no próprio dia na bilheteira do teatro a partir das 15h, com um limite máximo de 2 bilhetes por pessoa. Este evento será uma oportunidade para explorar e celebrar a diversidade cultural e artística, bem como para refletir sobre questões relacionadas à descolonização.