De cantora, compositora e maestrina a mentora dos concorrentes do Vozes d’Obô, Anastácia Carvalho está, uma vez mais, de passagem pela terra dos seus pais com uma nobre missão.
Anastácia Carvalho aceitou prontamente o convite de fazer parte da família Vozes d’Obô, e está grata por fazer parte da equipa de produção Vozes d’Obô, que tem garra e vontade de fazer a diferença em São Tomé e Príncipe.
“Quando recebi o convite fiquei muito contente e espero corresponder às expectativas no que diz respeito ao passar de conhecimentos aos concorrentes”.
Embora visite São Tomé e Príncipe com alguma regularidade nos últimos anos, a última vez que cá esteve foi em 2016 com o músico português Rui Veloso.
Fizeram uma atuação na Embaixada de Portugal alusiva a comemoração do dia 10 de Junho (dia de Portugal). A sua intensa agenda e depois a pandemia dificultaram o seu regresso ao nosso país.
Anastácia encara o Vozes d’Obô como um projeto muito interessante e que tem grande dimensão. Isto porque está de certa forma a juntar os músicos profissionais e os que estão a iniciar uma carreira, o que demonstra a realidade musical de São Tomé e Príncipe.
A cantora disse ainda que este projeto está a unir e reunir os músicos que de facto existem em São Tomé. Essa união “vem criar uma maior motivação para que continuemos a crescer a nível musical e pessoal”.
“Estamos a ver gerações diferentes a pisarem o mesmo palco e a partilharem música e isso é gratificante, significa transmissão de conhecimento”.
Segundo a cantora a formação tem corrido bem. Isto porque existem candidatos que estão muito envolvidos, têm lindas vozes, têm talento e principalmente sabem ao que vieram quando se inscreveram no concurso.
“A formação tem fluído bem”.

A intervenção da mentora na formação dos concorrentes é na área de técnica vocal, aplicar a teoria através de exercícios específicos de acordo com a necessidade em geral e em particular de cada concorrente.
Anastácia Carvalho é cantora, maestrina e também compositora, lida com projetos, várias vozes desde 1999. A partir de 2006 passou a ser também maestrina (direção coral).
Neste momento o coro Gospel com o qual trabalha em Lisboa que tem por volta de 70 membros, e que é um grande desafio.
Vozes d’Obô é sem dúvida também um grande desafio que mais uma vez a cantora encara com seriedade.
“Os projetos são as pessoas, e temos que ter em conta não apenas a parte técnica, mas também o lado humano, o emocional das pessoas, porque somos um todo se estivermos bem tanto a nível técnico como emocional o nosso desempenho será muito melhor.”
A mentora disse ao STP Digital que o seu foco é cuidar para que os concorrentes estejam em equilíbrio nesses dois aspetos. Transmitindo segurança, uma palavra de conforto e incentivá-los se por algum motivo alguém estiver menos forte.
“Darei o meu melhor para que o objetivo se cumpra em conjunto. É um trabalho de equipa”.
Para a Semifinal, que acontece amanhã às 18 horas no Centro Cultural Brasil – São Tomé e Príncipe, Anastácia tem boas expetativas, pois com os ensaios, os concorrentes têm elevado os seus níveis de aprendizagem das músicas.
“Existe aquele nervosismo que é natural nestas situações por estarem a ser postos à prova, mas creio que no dia tudo irá fluir”.
Anastácia Carvalho acredita que o Vozes d’Obô terá que continuar para que a cultura musical de São Tomé e Príncipe cresça cada vez mais.