Realizou-se em São Tomé a primeira edição do “Omali Surf Prof”, campeonato Nacional de Surf, nas Praias de 7 Ondas e Santana. Edmilson Camblé, mais conhecido por Jéjé foi o vencedor na categoria masculina. O “Omali Surf Prof” promovido pela SOMA, procura capacitar os jovens santomenses na área do surf.
Jejé (23 anos), nasceu e cresceu no distrito de Cantagalo, e venceu a prova com 15.83 pontos. O campeão disse que ficou muito feliz por vencer em casa e que trabalhou duro para que tivesse esse resultado positivo.
“Eu sabia que tinha um nível bom pra vencer, mas há sempre algumas falhas que as pessoas podem perder. Sair de Portugal para São Tomé para perder, bem é normal perder, mas eu iria ficar muito triste”.
Jéjé contou ao STP Digital que a paixão pelo desporto surgiu aos 12 anos quando teve o primeiro contato com surf e a prancha.
“Houve um português que morava aqui em São Tomé e todas as manhãs ele ia surfar em Santana. Na altura, eu estava na escola de Riboque-Santana. E, quando ia para à escola de manhã, ele ficava na praia a pegar umas ondinhas. Entretanto, fiquei curioso para experimentar aquilo. Peguei numa tábua e fui ao mar tentar apanhar umas espumas. Aquilo me dava uma felicidade, para mim era tudo”.
No dia 11 de Outubro de 2011, Jéjé ganhou a sua primeira prancha.
“A primeira prancha a gente não esquece. Quando subi aquela prancha era assim a coisa mais valiosa que eu tinha”.
Com a chegada dos portugueses Paulo Pichel e Miguel Ribeiro, Jéjé e outros surfistas de Santana e Porto Alegre, na altura amadores, receberam apoio técnico e pranchas novas.
“Começamos a ter boas pranchas e segui em frente e nunca mais parei”. – disse o surfista.
No mundo do surf, o campeão tem como admirador dois surfistas o John John Florence, surfista Havaiano, e Nique Miller.
“Eu admiro esses surfistas pela forma como ele aperfeiçoam uma técnica, a forma que eles trabalham para aprender eu admiro imenso”.
Segundo Jéjé o surf atualmente em São Tomé está mais fácil, e está a crescer a cada dia. Um dos motivos que mencionou foi o fato de a água ser quente, o que faculta os treinos não importa a estação. E ainda o fato de terem mais tempo para treinos, uma vez que as aulas é apenas um período.
“Há dois anos, muitas crianças que não sabiam nem pegar uma espuminha, e hoje já estão a surfar muito”.
No momento, Jéjé está a concorrer ao Circuito de WSL, e está a analisar as chances que tem de ser “classificado para jogos Olímpicos de 2024 como Santomense”.
“É muito difícil isso acontecer, mas pode acontecer…” concluiu.
Jéjé dedicou a prancha que ganhou no campeonato Omali Surf Prof, ao segundo classificado Roling Félix.