A São Tomé Maratona é uma iniciativa da Fundação Filhos de São Tomé e Príncipe, que organiza eventos desportivos de atletismo no país desde 2021.
O evento tem como objetivo promover a prática desportiva, especialmente entre os jovens, dar visibilidade turística a São Tomé e Príncipe e angariar recursos financeiros para os projetos sociais da fundação.
Desde o início, a Fundação tem contado com o apoio da Federação de Atletismo de São Tomé e Príncipe e da Fundación Real Madrid. Na primeira maratona, em 2021, participaram mais de 163 atletas de mais de 13 países. O arquipélago recebeu corredores da Polónia, EUA, Áustria, Nigéria, Gabão, Angola, entre outros. No ano passado, competiram mais de 204 participantes.
“Esperamos superar o número de participantes deste ano”, disse Miguel Martins, Presidente da Fundação Filhos de São Tomé e Príncipe.
Segundo Miguel Martins, que também é o coordenador da São Tomé Maratona, a escolha das provas foi pensada para atrair um maior número de participantes”. A prova de 10 km é a mais popular, contando com a participação de famílias inteiras.
Algumas participantes optam por caminhadas. Para o coordenador, o mais importante é participar e colaborar com o projeto.
“A prova mais exigente é a de 42 km, destinada apenas a atletas com excelente condição física. Já a prova de 21 km é ideal para aqueles que são apaixonados por desporto, têm boa condição física e desejam correr uma distância exigente, mas acessível”, disse Miguel Martins.
Desafios
Um dos desafios enfrentados na primeira edição da maratona foi obter autorização para interromper o trânsito na estrada do Sul durante algumas horas. Outro desafio foi formar uma equipa de trabalho multidisciplinar, incluindo Bombeiros, Cruz Vermelha, Transporte Escolar, Federação de Atletismo, Ministérios, entre outros.
“Devemos sempre considerar as restrições logísticas. Devido à falta de materiais na ilha, precisamos de planear com antecedência o que será necessário e fazer pedidos com meses de antecedência na Europa. Não é fácil”, desabafou o coordenador da maratona.
Para garantir a segurança dos atletas durante a corrida, a São Tomé Maratona conta com o apoio da Polícia Nacional. Os agentes são distribuídos ao longo do percurso e garantem que uma faixa da estrada seja reservada para que todos possam correr com segurança. Os voluntários também desempenham um papel fundamental nesse sentido.
A São Tomé Maratona beneficia a economia local e as comunidades, uma vez que atrai estrangeiros para participar na maratona, muitos dos quais aproveitam para fazer férias e conhecer o país.
“Isso beneficia os restaurantes, os empreendimentos turísticos, o aluguel de carros, os guias turísticos, etc. Já tivemos atletas que nem tinham ouvido falar de São Tomé e Príncipe antes da maratona.”
Corrida amiga do Ambiente
Promover a sustentabilidade ambiental durante o evento é uma das preocupações da Fundação Filhos de São Tomé e Príncipe. Por isso, são recolhidas garrafas de plástico e todos os resíduos gerados durante a corrida. Também são transmitidas mensagens de consciencialização através das camisolas.
De acordo com Miguel Martins, promover a prática desportiva entre a população santomense é uma das metas futuras da organização da São Tomé Maratona.
“O objetivo é tornar a São Tomé Maratona um evento de prestígio internacional, onde atletas de todo o mundo competem para ganhar uma das maratonas mais difíceis e mais bonitas de mundo”.
A São Tomé Maratona destaca-se por ser a única maratona no centro do mundo. O seu percurso é um dos mais bonitos e selvagens entre as maratonas, e o evento é totalmente solidário.
“A São Tomé Maratona deve tornar-se uma celebração nacional que coloca o país no mapa das maratonas. Ao participar, estás a contribuir para que mais de 400 crianças continuem a beneficiar dos projetos sociais da fundação em São Tomé e Príncipe”, concluiu Miguel Martins.
A maratona terá a partida em diferentes pontos ao sul do país, dependendo do desafio escolhido pelos atletas, com chegada no Estádio Nacional 12 de Julho.